domingo, 24 de abril de 2011

Não se Venda, Não se Renda!

Nunca tanta gente caiu de para-quedas sobre o meio do skate brasileiro como nos últimos anos. São empresas, grupos de mídia, corporações, políticos - todos com um único objetivo: extrair o máximo possível de nosso modo de vida. Quando falo "extrair", é simplesmente lucrar de alguma forma sem dar o devido retorno.


Veja bem, não sou contra o progresso nem os novos tempos. Não sou contrário à realidade que alguns skatistas pros podem ficar milionários, pois isso é algo que a minha geração sempre sonhou e lutou pra acontecer. Tampouco posso ser contrário à imensa variedade de produtos, pistas e da imensa exposição de mídia que o skate tem nos dias de hoje. O progresso é natural e inevitável, e não seria diferente no nosso meio. Se você olhar com lentes cor de rosa, parece ser uma equação do tipo "bom pra todo mundo".

Só que não se deve se iludir com um fato: não existe essa de "bom pra todo mundo".

Não sou dos que boicotam marcas de tênis ou roupas, ou ainda veículos de mídia, porque eles não "estavam lá" nos tempos difíceis; desde que façam um bom trabalho, não vejo nada de mais desse povo todo estar elevando o skate a um patamar jamais atingido em sua história.

Esse é o lado bom - mas há o "lado B". É o lado das empresas que estão no meio apenas pra lucrar sem dar o devido retorno; anunciam na mídia e montam sites espetaculares em português... divulgando pros e amadores de outros países! Pior ainda são veículos de mídia que ficam "brincando de editora", servindo de suporte pra gente que nada tem a ver com o skate, gente que já tem um passado nebuloso em nosso meio e que só está envolvido pra extrair o máximo possível - mais uma vez, aliás.

Isso é só o que o skate representa pra parasitas e paraquedistas.

Esses são só os exemplos mais evidentes, os mais fáceis de distinguir. É só se informar um pouco mais com quem está no mercado ou com skatistas veteranos pra separar o joio do trigo, algo que não é nada difícil. Vai na skateshop mais próxima e converse com o dono dela, ele irá te dizer quem dá um feedback melhor além de somente vender produtos.

Então, o que fazer?!

Simples: evite produtos e mídia dos que não dão o retorno ao meio. Veja quem tem equipes, quem apoia e divulga as mais diversas modalidades de skate, quem se importa com o fato de sermos homens e mulheres de várias idades. Evite quem tenta te empurrar uma imagem estereotipada do skate e dos skatistas, como se todos nós fôssemos iguais.

Não há outra forma de definir essa gentalha: são paraquedistas e parasitas.

Não dê seu dinheiro a eles: quando você compra os seus produtos, está dando um tiro nos pés da própria sustentação do skate em si.

Não se permita se iludir com belas campanhas de marketing, que só servem pra mascarar o vazio de envolvimento e o caráter meramente exploratório dessa corja em nosso meio.

Não se venda, não se renda.

Por: Guto Jimenez

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