A volta da fúria negra
Em 2005, Dexter, após passar seis meses isolado na Penitenciária de Presidente Bernardes e ser tranferido para Penitenciária II de São Vicente, lança “Exilado Sim. Preso Não”, álbum com participações de DJ Dico, Mano Brown, Edi Rock, Tina, MV Bill, GOG, Rinea BV, entre outros artistas.
Em “Exilado Sim. Preso Não”, Dexter fala da força e da fé que o fizeram sobreviver nos seus piores dias na prisão. Nessa obra o rapper canta os tempos de liberdade e a atividade carcerária. “Fênix”, “Eu Sô Função” e “Salve-se Quem Puder” se destacam no CD. As rimas de Dexter continuam certeiras e mostram a conexão com o “mundo exterior”. “Exilado Sim. Preso Não”, traz um rapper maduro e informado, que se articulou com a diretoria da penitenciária para gravar seu trabalho dentro do presídio.
Para muitos, a trajetória de Dexter se mistura com a mudança que ocorre nas periferias brasileiras. O jovem negro e pobre que, em meio ao desemprego estrutural, é seduzido pelo crime e cai no sistema prisional. Uma série de elementos leva os jovens periféricos a trilhar por esse caminho. O Rap Nacional, ao relatar cada passo dado pela juventude delinquente, humaniza o ladrão e prova que toda a sociedade faz parte desta teia de violência.
Atualmente, Dexter prepara seu novo CD. O rapper continua ligado ao dia a dia dos bairros pobres. Suas músicas, como ele mesmo diz, trazem o resgate pelas idéias, pela conversa de irmão para irmão. “Os jovens da favela mudaram os gostos, querem diversão. Estão desgostosos com a situação mas poucos se movem. Só que é o seguinte, o Rap não morreu, em vários lugares do Brasil tem MC mandando uma idéia pra molecada, acredito no resgate”, conclui o MC.
No início do ano de 2009, Dexter concedeu entrevista ao Bocada Forte e falou que, entre os meses de março e abril, cantaria num evento, sem dar muito detalhes. No mês de fevereiro, o Portal Rap Nacional anunciou o show de Dexter e seus convidados. A cena se agitou, blogueiros, editores de sites, grupos e fãs queriam saber mais detalhes. Aos poucos, as informações sobre o evento foram divulgadas.
Segundo fãs e DJs que estavam na quadra da Peruche, o dia 11 de abril, foi uma experiência inesquecível. Para Joyce, moradora do Taboão da Serra, na região sul de São Paulo, que presenciou as apresentações, "o Dexter, mais do que bom letrista, demonstrou ter uma presença de palco maravilhosa, com toda produção que tinha direito (telões, câmera e atores em cena), ainda levou a galera no carisma e arregaçou cantando as suas letras e as letras de grupos que o marcaram" .
Essa empreitada, capitaneada por Dexter, mostra o quanto o Rap está forte e prova que a frase “A pior prisão é a da mente” está correta. O Oitavo Anjo provou que é livre, com o respeito que conquistou através de seu trabalho sério e politizado, Dexter movimentou o cenário Rap.Parabéns ao site Rap Nacional, ao Radar Urbano, Porte Ilegal, ao Toni C, ao Fábio Rogério, ao escritor Alessandro Buzo, Marilda Borges e a todos que ajudam a escrever a nossa história.
Saiba Mais:
Video:
0 comentários:
Postar um comentário